quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Os treinadores brasileiros não sabem o que acontece lá fora

Não é de hoje que venho dizendo que nossos treinadores são mais fracos e têm menos conhecimento técnico que os estrangeiros.

A ESPN fez um documentário bastante interessante justamente sobre essa diferença e discutiu com os treinadores dos maiores clubes brasileiros sobre o que estes achavam a respeito.
Foram feitas 2 perguntas:

1) Se os treinadores estrangeiros, europeus especificamente, eram melhores e mais bem preparados que os brasileiros.

2) Se a seleção brasileira precisava de um treinador estrangeiro.

Sem contar os ciúmes e as vaidades individuais dos entrevistados, pode-se notar o quanto eles não acompanham as variações táticas apresentadas, os esquemas de jogo, os posicionamentos, os treinamentos, enfim, por aqui, ainda cultua-se o jogo na base do esporro, do grito à beira do campo e por lá, o lance é mais estratégico e tático.

Fiquei abismado com a resposta do Abel Braga sobre os treinadores europeus. A resposta que ele deu mostra bem o quanto ele assiste aos jogos dos campeonatos de lá e o quanto o nosso futebol está atrasado em relação aos demais.

O Abelão falou que ser treinador no futebol europeu é fácil porque lá joga-se sempre da mesma forma. Que eles não mudam a forma de jogar!!???!!??

Tem certeza disso? Como pode um treinador que está perto de ser campeão brasileiro e que dirige um dos clubes mais tradicionais do país falar uma besteira tão grande como essa?

Para mostrar o quanto ele não acompanha o futebol jogado na Europa, vamos comparar o "jeito" de jogar de Barcelona, Bayern Munique, Juventus e Manchester United. 4 times de 4 países diferentes para mostrar o quanto ele está errado.

O Barcelona joga o futebol pressão de muito toque de bola e marcação no campo do adversário. O sistema defensivo começa com os atacantes pressionando a saída de bola do adversário.
Já a Juventus joga o futebol força de muita marcação e contra-ataques. Vejam que ela marca na sua defesa e espera pelo adversário, na verdade, o chama a seu campo para tentar roubar-lhe a bola e pegá-lo desprevenido.
O Manchester United joga com a bola nos pés. É uma equipe paciente, roda a bola de lado a lado do campo esperando pelo erro na marcação adversária. Sua defesa é forte e começa a marcar a partir do meio de campo com seus atacantes recuando e compondo o setor intermediário da equipe.
Já o Bayern aposta no ataque. É o time que joga mais avançado desprotegendo constantemente sua defesa. A equipe faz muitos gols, mas também os toma em número considerável. O Bayern aposta na velocidade e mobilidade dos seus atacantes para vencer os jogos.

Viram como todos jogam de forma igual? Viram como não há diferenças?

Repito, é um absurdo o que o Abel Braga falou na TV. E como ele, vários outros treinadores não sabem o que acontece lá fora.

Muricy Ramalho foi um belo exemplo, no ano passado, ao comandar o Santos contra o Barcelona. Ele mostrou que não viu como o Real Madri encarou o time catalão e quase o venceu e não soube como armar a equipe em campo. Ridículo para quem ganha cerca de R$ 600 mil por mês.

Nem preciso comentar dos demais, ou será que é preciso?

Se os tidos de ponta mostram fragilidades e desconhecimento técnico e tático, imagine os menos conhecidos.

Para evoluirmos é preciso parar de achar que ainda somos o celeiro de craques e o país do futebol.
Precisamos cair na real e sermos mais humildes.

Precisamos nos perguntar por que o Bate Borisov consegue enfrentar de igual as potências do futebol mundial mesmo sendo uma equipe da Bielorússia, sem nenhuma tradição no futebol mundial e com um elenco formado basicamente por jogadores nacionais (há 2 brasileiros no elenco) enquanto que nossos "grandes" e tradicionais times não conseguem nem chegar perto de igualar forças.

Será que somos mesmo a potência do esporte? 

Será que não é necessário reciclar os nossos treinadores? 

Já não passou da hora deles estudarem sobre o esporte?

Do jeito que a coisa vai caminhando, vamos continuar tendo campeonatos chatos e com pouca emoção já que nada de novo acontece há anos e nossos treinadores continuam achando que são os melhores do mundo.

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