quinta-feira, 12 de julho de 2012

A crítica dependência financeira dos clubes brasileiros

Segundo a matéria do Jornal Lance, http://www.lancenet.com.br/minuto/Globo-antecipa-renovacao-recebem-milionario_0_735526693.html , a Globo antecipou a renovação dos seus direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para até 2017.

Ainda segundo a matéria, a Globo antecipará R$30 milhões a título de luvas.
Tudo bem, concordo que dinheiro é fundamental, mas o que mais me preocupa é essa enorme dependência dos clubes das verbas provenientes de um canal de televisão, em especial, da TV Globo.

Essas antecipações de dinheiro, essas luvas, esses empréstimos são muito similares aos que o Brasil fazia junto ao FMI. O resultado de tudo nós sabemos bem. O Brasil virou um escravo do FMI e vivia segundo suas regras e fiscalização.

Do jeito que a coisa anda, em vez dos clubes buscaram fontes de renda alternativa para se autosustentarem, para aumentarem o número de torcedores e aumentarem a exposição de sua marca, vão ficar esperando de braços cruzados a boa vontade do canal televisivo e reclamando constantemente dos calendários, dos adiamentos dos jogos, das alterações de programação já que não têm (ou terão) nenhuma voz ativa.

Eu não ligo se a Globo ganhar as licitações para a transmissão dos campeonatos, mas ainda acho que o melhor é termos alternativas na programação esportiva.

A Globo não é, nunca foi e nem nunca será um canal voltado para os esportes. Ela simplesmente compra os direitos de transmissão para poder manipular a transmissão dos eventos de forma a não interferir na audiência de suas novelas.

Então, por que fechar um pacote por tanto tempo com ela?

Não seria mais saudável fazer licitações e ouvir propostas dos outros canais de TV?

A ESPN é a maior empresa esportiva do mundo, a FOX Sports briga de igual para igual com eles, a Bandeirantes sempre privilegiou os esportes em geral, então, por que não dar uma chance de ver o que eles têm a oferecer?

Não é burrice?

O pior é que estão fechando contratos de renovação agora, em 2012, para até 2017! Quem sabe como estará a economia mundial nessa época? Será que os valores negociados agora estarão sendo suficientes em uma época tão distante?

Lembrem-se que na economia globalizada, 1 ano pode até ser considerado longo prazo dependendo do negócio.......

Na realidade, nossos clubes são dirigidos por amadores que só pensam no agora. Não há planejamento nem visão de mercado para nada além desse ano. Quer dizer, ninguém está nem aí para 2017, a preocupação deles é colocar a mão na grana agora e tentar sair candidato em alguma eleição.

Infelizmente, nossos clubes viraram cabide eleitoral e a bola jogada por nossos jogadores fica cada vez menor, cada vez mais comum.
Pena.

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