sexta-feira, 26 de abril de 2013

A seleção brasileira não precisa de jogador, precisa de CONCEITO!

Tenho visto vários jornalistas esportivos pedindo Kaká, Hernanes, Luís Fabiano etc na seleção brasileira. Alguns falam que "craque" precisa jogar.

Pois é, em primeiro lugar, não considero Kaká um craque, muito menos o Hernanes e Luís Fabiano, mas nós não estamos carentes de jogadores. Parece estranho eu falar isso já que a seleção brasileira tem jogado mal há mais de 3 anos, mas não é.

Nós estamos carentes é de CONCEITO de futebol, de uma filosofia de jogo. Podemos colocar Messi, Cristiano Ronaldo, Ozil e Goetze juntos nesta seleção brasileira e, com a forma que a equipe se posta em campo, eles serão apenas mais alguns no bando. Não serão diferentes, não serão extraordinários.

O que está acontecendo com o nosso futebol é que ficamos parados no tempo. Nossos treinadores não se atualizaram, não buscaram novas soluções, novas formações, novos esquemas táticos.
Como alguns ganharam títulos em sequência, ganharam renome e dinheiro. Seus nomes supervalorizaram o mercado, porém, eles se acomodaram.

O futebol moderno evoluiu, hoje, não há mais espaço para jogador que joga só com a bola nos pés. Não dá para ter no time jogadores "mortos" em campo que não correm, não dividem e não ajudam.

O nosso problema está na filosofia utilizada pelos clubes e pela seleção desde as suas categorias de base.
O desenvolvimento dos garotos é na base do bumba meu boi. Não há treinamentos específicos nem desenvolvimento de fundamentos técnicos e táticos.

A grande maioria dos treinadores reúnem os garotos, coloca-os para jogar e ficam gritando à beira do campo. Isso, infelizmente, não é exclusividade da base. 
Quantos treinadores de ponta vemos a cada dia fazendo isso e reclamando que os jogadores da base vêm com defeito de fábrica?
Não precisa ir longe, basta olhar depoimentos de Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo, por exemplo. 
Os times que eles pegam dificilmente usa jovens da base e quando usa, logo saem do time por alguma "desculpa" ou "erro". 
Eles preferem trabalhar com veteranos e "experientes", aqueles jogadores que são rodados pelo mundo e sabem o que fazer em campo. Portanto, não precisam trabalhar muito nem de muito esforço.

O resultado destas acomodações é este que estamos vendo. Nossos times e seleção jogam um futebol lento, pragmático, fraco e sem desenvolvimento técnico e físico. Quantos kilômetros correm nossos jogadores por partida? Alguém já teve a curiosidade de perguntar e comparar com o que vemos no futebol europeu?
Não precisa nem comparar com os times de ponta, vamos ver com relação ao Málaga, ao Napoli e ao Shaktar Donetsk, por exemplo. 

Desta forma, não há Neymar que dê jeito no time. Ele fica facilmente marcado já que sempre que pega na bola tem 2 ou 3 jogadores adversários em cima e NENHUM do seu time para passar a bola ou para ajudar no desenvolvimento da jogada.

Para reforçar o que digo, vejam quantos times no mundo (seleções também) possuem jogadores que, na sua grande maioria, são comuns ou limitados, mas que jogam um futebol de ponta sendo competitivos em campo. Exemplos?
Málaga, Tottenham, Atlético de Madri, Napoli, Shaktar Donetsk, Seleção da Bélgica, Seleção da Suíça etc.

Portanto, não precisamos, neste momento, de jogadores diferentes, precisamos de uma mudança na forma de jogar, seja dos times seja da seleção brasileira.

O problema é como fazer tal mudança tendo fortes interesses mercadológicos movimentando tudo. A CBF não se importa nem um pouco com seu calendário, com a saúde dos seus clubes nem com seus campeonatos. 
A Globo só quer saber do seu próprio lucro. Ela compra os direitos de transmissão de tudo quanto é esporte e de tudo quanto é campeonato SÓ para não passar e não deixar que outro canal passe de forma que ela não perca sua audiência.

E agora, qual a saída para nosso futebol? 
É procurar "MESSIS" e "NEYMARES" nesse país adentro ou mudar sua forma de ver, pensar e trabalhar o futebol?

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