O Brasil perde da Índia na Copa Davis. O pior é que a Índia ainda se deu ao luxo de escolher piso duro. Nem na grama (especialidade indiana) foram disputados os jogos.
Na sexta-feira, o Brasil abriu uma vantagem ilusória de 2 x 0. Ilusória porque Thomaz Bellucci nº 27 do ranking mundial, melhor brasileiro ranqueado na ATP sofreu mais de 4 horas para ganhar de 3 x 2 (com 10 a 8 no quinto set) do indiano Rohan Boppana nº 479 do ranking mundial. Isto mesmo, levou mais de 4 horas para vencer o 479 do ranking. Aí era o presságio que algo ruim estava por vir.
No sábado, a dupla Marcelo Melo e Bruno Soares foram péssimos. Erraram várias bolas fáceis na rede com a bola alta. Ou seja, qualquer jogador normal mataria o ponto. Já os brasileiros não. Erraram cada bola que parecia impressionante. Jogo de amador mesmo. Vitória da Índia por 3 x 0 com direito a 6 x 1 no terceiro set.
No Domingo, o Brasil exagerou. Thomaz Bellucci não aguentou jogar sob um calor de 38º C e abandonou o jogo no segundo set quando já havia perdido o primeiro.
A decisão vai para o último jogo, o grande feito deste time, foi conseguir perder para o 479 do ranking. Isto mesmo, Ricardo Mello, número 75 do ranking, perdeu para o indiano Rohan Bopanna por 3 x 0.
Na realidade, o Brasil não soube aproveitar o sucesso do Guga. O esporte não se desenvolveu na época em que ele era o número 1 do mundo. Continua um esporte da "elite". Não temos torneios internos famosos e com retorno financeiro. O patrocínio é difícil e complicado para quem está começando e o custo da prática do esporte não é baixo se comparado com o futebol, por exemplo.
Querem entender o que estou falando? Para jogar, é preciso um tênis baixo e reto. Não pode ter amortecedores ou desníveis. Um modelo comum custa em torno de R$180,00. Aí você precisará de uma raquete. Uma comum (não as TOP) não sai por menos de R$300,00. Você vai precisar também de uma quadra e fazer aulas. Qualquer academia por mais porcaria que seja, vai cobrar algo em torno de R$140,00 por mês por aulas 2x por semana de 1 hora. Faça as contas e veja o percentual da população nacional que tem condições de praticar este esporte com foco em se tornar profissional. Isto tudo, claro, sem patrocínio. Ou seja, do próprio bolso.
Em um país em que a renda da população média gira em torno do salário mínimo, R$510,00, dá para desenvolver este esporte?
Por que ao invés de investir BILHÕES na construção de estádios da Copa, o país não investe este dinheiro no desenvolvimento de novos talentos e na construção de centros de tênis para clínicas e treinamentos de alto nível?
Detalhe: quando Guga era o número 1 do mundo, o tênis argentino era melhor que o nosso. Eles tinham, pelo menos, 5 tenistas entre os 100 melhores do mundo e nós 2 (Guga e Meligeni). Hoje, com Bellucci em 27, o tênis argentino continua MUITO MELHOR que o nosso. Bellucci para se ter uma idéia, NUNCA ganhou de um TOP 10.
O jeito é comemorar as vitórias nos Challengers mesmo........
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