Tostão escreveu hoje, em sua coluna na Folha de São Paulo, que há uma enorme distância entre a defesa, o meio de campo e o ataque dos times de futebol brasileiro.
Achei sua coluna brilhante e combina direito com o que venho dizendo sobre os nossos treinadores serem fracos.
Se analisarmos jogador a jogador os times sulamericanos, não vamos achar nenhum que faça frente aos nosso principais clubes no momento. Santos, Vasco e Internacional/RS são superiores (em elenco) a qualquer time seja argentino, uruguaio, chileno ou qualquer outro.
Então, por que sempre que eles jogam as competições internacionais acabam encontrando enorme resistência e enorme dificuldade?
Se seus elencos são tão superiores assim, por que não ganham as competições com mais facilidade?
A explicação é tão óbvia que serei repetitivo. Enfrentam tanta dificuldade por que seus treinadores armam seus times de uma maneira muito padrão.
Eu já critiquei aqui neste blog o fato de nenhum treinador e nenhum time brasileiro ter apresentado alguma inovação tática neste ano. Nada mudou, nada de diferente foi tentado. Por que?
Para se ter uma ideia do que estou falando, analisem o time do Peñarol que enfrentou o Santos na final da Libertadores. É bem fraquinho, não acham?
Então, qual foi o segredo do time para criar tanto sofrimento na torcida santista? O segredo foi que o time tinha um padrão de jogo definido e CADA JOGADOR sabia que função desempenhar em campo, onde se posicionar e o que fazer com a bola quando a tinha sob seus domínios. Simples.
Enquanto o time paulista dependia da genialidade de Neymar ou Ganso e dos avanços do Danilo, o time uruguaio foi a campo bem treinado e com uma maneira bem definida em campo seja de posicionamento seja de deslocamento.
É isso que falta ao futebol brasileiro. Falta compactação!!! Nossos times parecem um samba do crioulo doido! Tem hora que zagueiro acha que é atacante e vai ao ataque e não fica ninguém para cobrir seu espaço, tem lateral que sobe e não volta, tem volante que acha que é ponta direita e por aí vai e o resultado é sempre o sofrimento da torcida.
Querem outro exemplo? Estão falando que o time da Universidad do Chile (La U) é atualmente o melhor time da América do Sul.
Eu não concordo com isso. Acho-o um bom time, mas não o melhor.
O que faz os especialistas acharem-no o melhor time é justamente sua disposição tática em campo e sua rápida movimentação. Todos os seus jogadores sabem jogar o jogo e trabalhar a bola.
Todos ajudam na marcação e todos chegam ao ataque. Assim o time fica compacto em campo o tempo todo e cria dificuldades para o adversário prender e trabalhar a bola porque a todo momento tem um jogador seu próximo a ele.
Já se passou o tempo que o futebol se ganhava na camisa ou na pressão da torcida. Hoje, para vencer, é preciso trabalho, treino e concentração no resultado e isso, não se vê em todo time brasileiro não.
O Vasco (ainda não jogou) vai ter dificuldades neste confronto de volta no Chile. Gostei da atitude de todos de ir a campo com o time titular. Momento decisivo é isso, é pressão, é vontade, é determinação.
Já que não tem a mesma capacidade tática, que vá na raça!
Agora, até quando isso vai ser suficiente para se conquistar taças é que não sei....
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