É bonito ver a seleção da Espanha jogar. O entrosamento dos seus jogadores, a enorme posse de bola, o toque de pé em pé no campo de ataque, a movimentação de todos os jogadores em conjunto, todos atacando e todos defendendo.
É difícil ver algum jogador fora de posição ou um buraco no time em campo. Isso tudo foi conseguido ao longo dos tempos com muito treinamento.
Porém, a Espanha tem um problema grave de finalização. Não há no grupo um matador! Quando digo matador, falo sobre aquele jogador que saiba fazer gols. Isso, não necessariamente, exige ser um centroavante.
A seleção espanhola joga com Pedro, Soldado e Fábregas no ataque. Qual deles é o matador? Qual deles costuma fazer/achar os gols nos momentos mais decisivos?
Ou a seleção vai esperar que Xavi, Iniesta ou Busquets façam? Detalhe, também não são matadores.
Esse é o ponto que falta para esta seleção ser mais temida. Não discuto sua forma de jogar que, às vezes, chega a ser irritante com tantos passes para lá e para cá, mas discuto, com propriedade, a sua dificuldade em fazer gols.
Afinal, de que vale ter tanta posse de bola, tanto domínio e controle do jogo se você não consegue matar o adversário?
Ontem, foi exatamente isso que aconteceu. A Espanha fez de tudo um pouco no jogo, usou e abusou das oportunidades para fazer gol e, no entanto, sofreu um gol despretensioso, de falta, no final, e quase pôs tudo a perder. A partida, nos minutos finais, virou uma correria sem fim e o Uruguai teve chance clara para empatar uma partida totalmente perdida.
Falta à Espanha um jogador que tenha facilidade em fazer gols. Não precisa ser um banheirista, basta que ele, quando tenha a chance, saiba marcá-lo. O Barcelona tem o Messi que faz essa função e, agora, Neymar.
O Real Madri tem Cristiano Ronaldo, o Manchester United o Rooney, o Borussia Dortmund o Lewandowski e por aí vai. Cadê o matador da seleção espanhola?
Se ficar deste jeito, este time está mais para um time que teve um período de futebol bonito do que um histórico e campeão de tudo que disputou.
Time para entrar para a história tem que ser mais contundente, vencer com mais propriedade e com mais facilidade. A Espanha, apesar de dominar a maioria dos seus jogos, tem vencido no sufoco ou por resultados magros. Isso é ruim.
Se não der um jeito de corrigir este defeito, vai passar apuro na Copa do Mundo.
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