O Brasil estreou na Copa das Confederações vencendo o Japão por 3 x 0.
Apesar do placar elástico, a partida foi bem aquém do esperado.
A seleção brasileira teve o domínio das ações, é verdade, controlou o jogo, teve mais posse de bola e soube envolver a seleção japonesa. Tudo bem, reconheço os méritos da equipe, mas minha crítica se dá na forma como a vitória foi conseguida.
Não houve uma pressão, um abafa, uma marcação mais forte do Brasil de forma a se impor em campo. A sua superioridade se deu mais pela fragilidade do adversário do que pelo seu poder de fogo e qualidade do grupo.
A nossa seleção chutou pouco a gol e chegou poucas vezes com perigo. Não é desta forma que se consegue formar uma equipe de 1ª linha e competitiva.
A vitória foi fácil, também, por conta do gol do Neymar. Um pombo sem asa de fora da área e indefensável para o goleiro japonês. Mérito do atacante, mas vejam que não foi uma jogada construída e sim um gol "achado", um lance fortuito, individual.
Começar o jogo com 1 x 0 a favor (o gol saiu logo a 3 minutos) ajuda muito e te dá muita tranquilidade para equilibrar as ações e o seu posicionamento em campo. Tira aquela pressão por ter que começar bem uma competição e diminui a pressão da torcida sobre o time.
Da mesma forma, no 2º tempo, o Brasil "achou" seu 2º gol. Um chute ruim do Paulinho que contou com a enorme ajuda do goleiro japonês. Convenhamos, se fosse um goleiro de ponta não tomava esse gol já que a bola foi em cima dele e passou por baixo do seu corpo.
Reparem que estou falando de lances casuais uma vez que não houve nada de mais espetacular no jogo todo.
O meio de campo brasileiro é muito limitado. Oscar não serve. Ele não participa do jogo como deveria, não chama a responsabilidade, não chuta a gol, não enfia as bolas aos atacantes e não ajuda na marcação. Trata-se, na verdade, de um jogador comum e isso faz enorme diferença quando a equipe precisa de criatividade e velocidade no ataque. O meio fica muito previsível e dependente dos volantes chegarem para auxiliar o ataque!
Neymar melhorou atuando pela posição que mais gosta. Aberto pela esquerda ele rendeu mais, criou jogadas e fez tabelas com o Marcelo e Oscar quando teve a chance.
Acho que ele está certo em querer jogar onde se sente mais à vontade, mas isso não é tudo. Ficar somente aberto pela ponta esquerda é pouco para quem tem sua habilidade, visão de jogo e potencial. Ele tem que se deslocar mais pelo campo, recuar de vez em quando, buscar mais o jogo e chutar mais a gol. Somente assim poderá confundir a sua marcação. Atacante que se limita a uma faixa do campo é facilmente anulado. Hoje, não foi o caso, mas quando enfrentar um adversário de maior gabarito vai ter problemas.
De toda forma, ainda acho que ele está se poupando por causa da contusão no joelho (parece que ele está com uma leve tendinite no joelho). Ele não está 100% e todos sabem disso, inclusive o Barcelona.
Não posso me esquecer de comentar sobre o Fred que mais uma vez teve uma atuação fraca.
Eu não o acho jogador de seleção nem brasileira, nem venezuelana, nem de nenhuma outra. É um jogador como tantos outros que temos no país e que é extremamente supervalorizado pela mídia esportiva.
Como ele se desloca pouco em campo e não é tão habilidoso, em jogos mais pegados, tende a sumir. O Brasil joga com um a menos quando ele atua e olhe que enfrentamos o Japão! Imagine quando enfrentar uma seleção com marcação e físico mais fortes e que chega mais junto nas divididas. Ele não vai pegar na bola!
O Jô entrou e fez mais coisas que ele. Não falo do 3º gol, não vou entrar no mérito, mas falo em termos de movimentação, domínio de bola e presença em campo.
No geral, a vitória foi bem razoável e o jogo foi bem morno. Não vi nada de especial na equipe que tocou bastante a bola, controlou as ações contra uma equipe bem inferior e fraca tecnicamente e atacou menos que deveria, enfim, foi uma seleção medrosa em campo que dava para ter ido melhor e se arriscado mais. Os 2 gols no início de cada tempo ajudaram demais a construir a vitória. Talvez, se o Neymar não tivesse feito o seu logo de cara, a coisa teria sido bem mais sofrida. Pelo menos foi essa a sensação que tive.
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