Quem assistiu aos jogos da Champions League deste ano pode notar o quanto nosso futebol está atrasado.
Nossos conceitos, nossa forma de jogar, nossa idolatria por esse ou aquele jogador, está tudo anos-luz atrás do futebol europeu.
Por aqui valorizamos um jogador, o craque, aquele drible que qualquer um dá é enaltecido e ganha as 1ªs páginas nos jornais mesmo que o lance em si não tenha resultado em nada de útil para seu time. Por quantas vezes vemos os narradores falarem desta maneira quando um jogador dá um toquezinho qualquer de letra (ou um chapeuzinho no meio de campo):
"Que jogada de craque!!! Que fase está passando fulano!!".
Enquanto isso, não vemos que estamos ficando para trás no esporte. Ficamos cegos endeusando craques que não querem nem saber qual camisa vestem. São uns egoístas, uns oportunistas já que se aproveitam da ignorância do povo e da doutrina que nos é estabelecida pelos meios de comunicação (pela Globo, diga-se de passagem) para encherem o bolso de grana.
No dia a dia, vemos notícias falando que somos o país do futebol, que somos o celeiro de craques, mas nossa forma de jogar é ridícula. Nossos times parecem times de masters (aqueles times de veteranos que assistíamos no final dos anos 80)!
Contratamos um monte de refugos da Europa e um monte de jogadores em final de carreira e achamos que estamos abafando. Gastamos milhões com quem não nos recompensa e não nos acrescenta com nada de inovador.
Só vejo notícias elogiando os treinadores de "ponta", tais como: Luxemburgo, Muricy, Felipão, Tite, entre outros, mas o que eles têm acrescentado ao nosso futebol?
Qual esquema de jogo eles nos propuseram?
Qual a inovação de treinamentos nos foi apresentada por eles?
Treinos secretos de meio campo de 30 minutos? jogadas de bolas paradas? Só isso?
O Tite é o que conseguiu apresentar uma forma de jogar mais agressiva com o Corinthians, mas treinador vencedor não abdica de um campeonato como ele fez com o Corinthians no Brasileiro deste ano. Para mim, foi decepcionante ver como o Corinthians se entregou em um campeonato de tão baixo nível como o desse ano só porque vai jogar o tal mundial de clubes no final do ano.
O Santos fez o mesmo ano passado e o resultado já sabemos.
No continente europeu, eles tratam o mundial de clubes como mais um campeonato que disputam e não como O CAMPEONATO como tratamos por aqui. Se ganharem, show, mais um título. Se perderem, tudo bem, bola para frente, tem outros pela frente. Eles não desvalorizam o torneio, o problema é que aqui só achamos que é ele que vale e minimizamos os outros. Pensamos pequenos, pensamos como colônias, pensamos como pessoas pobres e frustradas que querem provar algo para os mais ricos.
Na Europa joga-se um futebol mais coletivo, mais tático e de mais força física. Os jogadores são dispostos em campo de uma forma estratégica e se movimentam com entrosamento como se fosse um jogo de guerra ou de xadrez.
Lá, vê-se táticas, vê-se mudanças e por aqui só se vê correria e dribles que não levam nada a lugar nenhum no meio de campo. Os jogos do Brasileiro deste ano estão recheados de driblezinhos, de toquinhos de efeito, de chapeuzinhos e, claro, lances de nenhuma produtividade.
Tudo bem que não há jogadores de tão alto nível assim por aqui, mas dava para os treinadores apresentarem mais serviço pelo que ganham, não dava?
Infelizmente, o que acontece na seleção brasileira é reflexo da bagunça que envolve nosso calendário e como nossos times são passivos e escravos do dinheiro dos canais de televisão (da Globo) e dos patrocinadores.
Somos amadores, é fato e não vai demorar para voltarmos a ser colônias dos europeus com nossos jogadores saindo rumo ao exterior com 12, 13 anos.
Dá para reverter? Dá sim, mas será preciso uma reviravolta bem radical em nossos conceitos, começando pelo fim do monópolio da Globo nos direitos de transmissão de todos os campeonatos nacionais.
Bom, mas aí é outra história e não vou querer aprofundar no post, mas algum dirigente terá coragem de abrir mão de 30/40 milhões antecipados? Duvido.......
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