Quem assistiu aos jogos da Champions e da Libertadores, ontem, pode perceber a diferença e a superioridade dos times que praticam o futebol mais coletivo e de mais força física sobre os times que baseiam seu jogo nesse ou naquele jogador/estrela.
O futebol atual evoluiu. Não dá mais para montar o time da forma que se fazia há 10, 15 ou 20 anos.
É preciso evoluir os conceitos e a maneira de se praticar o esporte para se manter no topo (ou em um nível competitivo).
Quando falo em força física NÃO quero dizer que os times usam da violência, muito pelo contrário, falo de times melhores preparados fisicamente, que correm o tempo todo, que têm jogadores que atacam e defendem com o mesmo gás e com a mesma eficiência tática, que ganham as divididas de bola e ganham na impulsão nas bolas disputadas pelo alto.
Vejam que o futebol moderno é jogado em alta velocidade, com alta mobilidade dos jogadores, com bastante posse de bola, muita agressividade no ataque e com alta intensidade de jogo.
Como fazer tudo isso sem um preparo físico adequado?
Quem assistiu ao jogo Shaktar Donetsk x Borussia Dortmund pode comprovar o que falo. O time alemão correu o jogo inteiro. Foram 90 minutos de jogo em alta velocidade e sufocando o time ucraniano. Ficou nítido, no final do jogo, o desnível de preparo físico. Enquanto os alemães corriam e iam ao fundo, os ucranianos se arrastavam em campo.
Quem viu Real Madri x Manchester United pode notar uma característica sensacional de marcação do time espanhol onde seus jogadores dão combate para roubar a bola! Eles pressionam e apertam o adversário com o intuito de roubar a bola, antecipam a jogada se preciso for, mas não vão para fazer a falta, nem para usar a violência.
No Brasil, só vejo 2 times jogando de forma semelhante aos times de ponta europeus, Corinthians e Atlético/MG.
O Corinthians marca pressão, marca na saída de bola do adversário e tem na mobilidade e versatilidade de seus jogadores seu ponto forte. Vários jogadores jogam em mais de uma posição no campo.
O Atlético usa e abusa da velocidade. É um time extremamente rápido e agressivo. Vai para cima do adversário, pressiona, dá combate.
Como é gostoso ver jogos do time mineiro! Não é a toa que a equipe está a 22 partidas sem derrota em casa. Do jeito que joga, com altíssima intensidade, dificilmente será batido.
O 1º tempo da partida contra o São Paulo, ontem, foi um verdadeiro massacre. O placar de 1 x 0 foi muito mentiroso. O Galo arrebentou com a lenta e pesada defesa tricolor.
Agora, a pergunta crucial: Não é pouco, para o "país do futebol", ter apenas 2 times jogando de maneira moderna?
Quanto ganham os treinadores aqui no Brasil? Não estamos supervalorizando seus trabalhos?
Não é hora de revermos isso?
Não é possível que ainda vejamos times armados na defesa como um bando e lançando bola para um ou outro jogador resolver.
E não são poucos os times que usam desta prática. Alguns, chegam ao absurdo de depender de lances de bola parada de um especialista! O último time que usou deste expediente foi o Palmeiras e deu no que deu, 2ª divisão do nacional.....
Temos que cobrar evolução dos treinadores. Cobrar mais conceito de jogo, mais variações táticas, mais inovações.
Pelo salário que ganham, deveriam fazer cursos, buscar informações nos times europeus.
Não precisa ir longe, aqui do lado, na Argentina, os treinadores também têm mais conceito do jogo que os nossos aqui.
Nosso futebol caminha para um abismo técnico sem fim. Basta ver que nossa seleção não consegue enfrentar de igual para igual as principais forças mundiais.
Até quando vamos enaltecer "craques" fabricados pela mídia que pouco produzem em campo e ganham milhões?
Enfim, enquanto a Europa e as principais forças do mundo evoluem, nós, o país do futebol, regredimos. Estamos bem, não acham?
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