Assisti a eliminação do Santos, ontem, ante o Grêmio pela Copa do Brasil e confesso que a achei injusta. Não vi futebol do Grêmio que fosse suficiente para fazer 2 gols de diferença.
O Grêmio aliás me deixou bastante decepcionado já que não teve pegada nem uma marcação forte nem um abafa no campo de ataque. O time gaúcho foi bem básico e achou os gols.
O Santos foi muito bem no 1º tempo e razoável no 2º. Dava para ter matado a classificação no início, perdeu gols e pagou o preço. Acontece.
Vi e acompanhei muitas reclamações dos santistas no twitter (@bloghelio) com relação ao treinador da equipe, Claudinei Oliveira.
Entendo-as, mas não concordo com todas.
Que ele mexeu mal durante a partida, sem dúvida, não discordo, mas se analisarmos friamente, o Santos fez um bom jogo e esteve mais perto de fazer gols que o Grêmio!
Quantas defesas o Aranha (goleiro santista) fez no jogo?
Quem chegou por mais vezes com perigo ao gol adversário?
A crítica que faço ao Claudinei é a mesma que faço a TODOS os treinadores brasileiros. Ele, infelizmente, padece do mesmo mal que assola nosso país.
O Claudinei não foi estrategista na hora de formar o grupo que foi ao jogo (titulares e reservas).
Erro semelhante foi cometido com a seleção brasileira, pelo Dunga, na Copa de 2010! E vocês sabem qual foi o erro?
Foi de montar um grupo IGUAL! Ou seja, não havia ninguém de diferente no banco para mudar a forma de jogar da equipe quando preciso.
Deixe-me ser mais claro. Se você é um treinador de ponta, você antevê as possíveis situações de jogo e prepara e treina seu time para suportá-las e para saber como reverter as adversidades.
Pois bem, se o Claudinei pensou nas diversas situações, como ele mexeria no time se o Grêmio fizesse 1 gol logo de cara?
E se os gaúchos terminassem o 1º tempo com 2 gols de vantagem e o Santos precisasse mudar a forma de jogar e tivesse que ir para cima? Como faria? Quem entraria e seria capaz disso?
E outra, e se o Santos fizesse 1 gol? Como seria a postura da equipe em campo?
Então, vamos a uma análise bem comum. O Santos jogaria no contra-ataque no 2º tempo. Certo?
Como a equipe se posicionaria e como se puxa um contra-ataque com perigo?
Lógico que com pelo menos 1 atacante bastante rápido para ganhar na corrida dos zagueiros adversários e fazê-los ficar mais recuados diminuindo a pressão sobre sua defesa.
E quem era esse atacante no Santos? Tiago Ribeiro ou Gabriel?
E no banco, William José, Léo Cittadini, Marcos Assunção, Léo? Quem?
Notem que o time estava IGUAL! Todos com características bastante semelhantes! NENHUM velocista nato.
Por que não ter como opção o Victor Andrade ou o Neilton? Não que eles precisassem ser titulares, longe disso, mas precisavam estar no banco para ter opções de mudar a forma do time jogar!
Erro básico de estratégia!
É por essas e outras que insisto na vinda de um treinador estrangeiro para o Brasil. Um de ponta, não um qualquer.
Infelizmente, muitos torcedores estão detonando com o técnico, mas aí eu pergunto: quem no Brasil faria diferente? Quem é estrategista?
Dos disponíveis e conhecidos, Joel Santana, Leão, Celso Roth, por exemplo, são caros e não fariam muita coisa de diferente.
A meu ver, o técnico santista precisa ser melhor orientado. Ele tem potencial para evoluir.
Olhem como o Santos está melhor postado em campo, toca melhor a bola, marca melhor e tem conjunto, coisa que não víamos há mais de 1 ano!
É nesses momentos que peço uma presença maior de um coordenador técnico junto ao treinador. O Zinho deveria tê-lo orientado nesse sentido, aberto seus olhos, questionado tecnicamente sobre substituições e sobre situações de jogo.
Ninguém é dono da verdade. Eu também não sou, mas cobro que os técnicos tentem mudar.
Isso não acontece no Brasil há muito tempo. Estamos parados no tempo e o Claudinei Oliveira é só mais um no meio da mesmice que virou nosso futebol.
Não o culpo pela eliminação. Foi coisa do acaso, fatídica mesmo. Ele não foi mal, só errou ao não montar corretamente o grupo que jogaria o confronto. Tem que estudar mais para crescer.
Não o demitiria agora. Apostaria mais um pouco, mas dando-lhe suporte e orientação. Se o Zinho não é o cara para isso, que o clube vá atrás de alguém gabaritado para o assunto.
Deixá-lo sozinho e criticá-lo é fácil. Tentar desenvolvê-lo é que mostra um clube de ponta.
Será que o Santos é capaz de fazer isso ou é difícil?
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